quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Selos evocam e homenageiam ativistas dos direitos femininos dos primeiros tempos da República

A instituição da República, em 1910, revelou uma geração de mulheres que se distinguiram pelo seu ativismo, fundamental para a conquista de direitos cívicos e políticos das mulheres portuguesas; a sua ação e testemunho tornaram-nas figuras indelevelmente associadas à história da República.

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A coleção é constituída por seis selos e um bloco filatélico, que engloba outros dois selos.

Dois dos selos, com o valor de 32 cêntimos, evocam as figuras de Maria Veleda e Adelaide Cabete. A primeira, professora do ensino primário e escritora para crianças, fez parte da Liga Republicana de Mulheres Portuguesas e do Grupo Português de Estudos Feministas, sendo defensora da emancipação e participação política das mulheres. A segunda era médica ginecologista e professora e lutou contra o flagelo da mortalidade infantil, do alcoolismo feminino e da prostituição, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e organizou o I Congresso Feminista e de Educação.
O selo de 57 cêntimos recorda Ana de Castro Osório, escritora e defensora dos ideais republicanos, que fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e esteve ligada a outros movimentos feministas.
Angelina Vidal, professora, jornalista e propagandista dos direitos dos operários, nomeadamente das mulheres, é a figura escolhida para o selo de 68 cêntimos e no de 80 cêntimos aparece Carolina Beatriz Ângelo, a primeira médica a operar no Hospital de São José e primeira eleitora portuguesa, em 1911, que esteve à frente da Associação de Propaganda Feminista.
A primeira mulher admitida como professora universitária na Faculdade de Letras de Coimbra foi a romancista Carolina Michaëlis de Vasconcelos, cujo rosto ilustra o selo de 1 euro.
O bloco filatélico, com o valor de 2,30 euros, recorda mais dois nomes ilustres dos primeiros tempos da República, a jornalista Virgínia Quaresma, uma das primeiras mulheres a licenciarem-se pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que se distinguiu pelas suas reportagens de teor politico e social, designadamente em O Século  e em A Capital, e a escritora Emília de Sousa Costa, que contribuiu para a criação da Caixa de Auxílio a Raparigas Estudantes Pobres, lecionou na Tutoria Central de Lisboa e pertenceu ao Conselho Central da Federação Nacional dos Amigos das Crianças.

A coleção tem desenho gráfico de Vasco Marques, da Folk Design sobre fotos da revista Modas e Bordados, do Diário de Notícias, do Radical e do arquivo da Voz do Operário.
 
 
 
A fixar:
  • Adelaide Cabete (1867-1935), médica ginecologista, professora e grande feminista, lutou contra o flagelo da mortalidade infantil, do alcoolismo feminino e da prostituição, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e organizou o I Congresso Feminista e de Educação; 
  • Ana de Castro Osório (1872-1935), escritora, em especial de literatura infantil, editora, pedagoga, publicista, conferencista, defensora dos ideais republicanos, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e esteve ligada a outros movimentos feministas; 
  • Angelina Vidal (1853-1917), professora, jornalista e propagandista dos direitos dos operários, nomeadamente das mulheres, republicana assumida com intervenções públicas de cariz social; 
  • Carolina Beatriz Ângelo (1877-1911), médica (a primeira a operar no Hospital de S. José) e primeira eleitora portuguesa, em 1911, pertenceu a várias organizações feministas, tendo dirigido a Associação de Propaganda Feminista; 
  • Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925), romancista, destacou-se no ensino, tendo sido a primeira mulher admitida como professora universitária na Faculdade de Letras de Coimbra; 
  • Emília de Sousa Costa (1877-1959), escritora e defensora da educação feminina, contribuiu para a criação da Caixa de Auxílio a Raparigas Estudantes Pobres, lecionou na Tutoria Central de Lisboa, instituição para crianças delinquentes ou abandonadas e pertenceu ao Conselho Central da Federação Nacional dos Amigos das Crianças; 
  • Maria Veleda (1871-1955), professora do ensino primário, escritora para crianças, fez parte da Liga Republicana de Mulheres Portuguesas e do Grupo Português de Estudos Feministas, sendo defensora da emancipação e participação política das mulheres; 
  • Virgínia Quaresma (1882-1973), jornalista, distinguiu-se pelas suas reportagens de teor político e social, designadamente em O Século e em A Capital e, também, no Brasil. Foi das primeiras mulheres a licenciarem-se pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido condecorada com a Ordem de Santiago pelos serviços prestados ao país durante a Grande Guerra.

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